Em 2006 tive a grande oportunidade de ir para Alemanha, especificamente, para Frankfurt.
Saímos do aeroporto, deixamos bagagens no hotel e partimos em direção ao local da feira e assim acertar os últimos detalhes do nosso stand.
Voltamos ao hotel, troquei de roupa e procurei um lugar para ligar para minha família. Coloquei meu passaporte, que é o único documento que nos identifica fora do país, no bolso de uma bermuda. Encontrei o lugar, fui para minha cabine, sentei e conversei com eles. Sai, sem perceber, que meu passaporte havia caído do meu bolso.
Na manhã seguinte vi que não estava com o passaporte, o desespero me tomou por completo, tirei tudo da mala, da mochila, revirei o quarto, para lembrar que havia saído na noite anterior para ligar. Corri até o local e perguntei, sem nenhuma esperança, sobre meu passaporte. Um rapaz, olhou para mim e olhou para debaixo do balcão, e disse: “é este aqui?” Alívio total, estava guardado, e o rapaz completou, “acontece sempre e guardamos”.
No segundo dia de feira, pegamos o metrô, meio atrasados, descemos as escadas e embarcamos. Confesso que não reparei em nada, apenas preocupado com nosso horário.
No dia seguinte, de novo no metrô, desta vez com tempo, pude observar melhor. Na entrada havia uma máquina, onde comprava-se os “tickets”, tudo limpo, descemos a escada e logo estávamos na plataforma de embarque. De repente, lembrei, “onde estão as catracas, as grades (limitando o acesso), os vigias, as inúmeras câmeras de segurança.” Não havia nada disto.
Curioso, perguntei a uma pessoa, ela me disse que realmente não havia nada, o que existia, é um funcionário que circula pelos vagões e pede, aleatoriamente, o ticket de um ou outro usuário. Insisti com esta pessoa e perguntei, mas e se as pessoas não comprarem, ela não entendeu minha pergunta, repeti a mesma indagação, e ela, achando meio estranho, respondeu, isto não vai acontecer, pois precisamos deste transporte e assim todos devem pagar, para que o serviço continue.
Foi uma experiência excepcional, em 2010, voltei para Frankfurt, tudo continuava igual.
Não canso de dividir estes e outros ótimos exemplos, vividos nos países que tive oportunidade de conhecer, com as pessoas da minha convivência e busco orientá-las, sobre a importância da “Cidadania”, onde é preciso respeitar as regras e as outras pessoas, saber que fazer a coisa certa é necessário para termos uma país melhor.
Vamos começar por nossos filhos e pessoas próximas e assim espalharmos a semente da “consciência”, de que nossas atitudes e comportamento podem refletir positivamente.
Até breve.
Marcelo Severich